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Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado

A capsulite adesiva, também conhecida como ombro congelado é uma condição dolorosa e insidiosa do ombro que persiste por mais de 3 meses. Essa condição inflamatória causa fibrose da cápsula da articulação glenoumeral e é acompanhada por rigidez progressiva e restrição significativa da amplitude de movimento (normalmente rotação externa). No entanto, os pacientes podem desenvolver sintomas repentinos e ter uma fase de recuperação lenta. Essa recuperação é satisfatória na maioria dos casos, embora isso possa levar de 2 a 3 anos.
Acomete até 5% da população em geral, com aumento da incidência após os 40 anos, sendo as mulheres quatro vezes mais afetadas que os homens. O ombro não dominante é mais propenso a ser comprometido.

Causas

Os ossos, ligamentos e tendões que compõem a articulação do ombro estão envoltos em uma cápsula de tecido conjuntivo. O ombro congelado ocorre quando esta cápsula “engrossa” e aperta em torno da articulação do ombro, restringindo seu movimento. As causas da capsulite adesiva ainda não estão totalmente esclarecidas. No entanto, alguns fatores de risco plausíveis para o seu desenvolvimento foram identificados:
– Diabetes mellitus (com prevalência de até 20%);
– Acidente vascular cerebral;
– Distúrbios da tireóide;
– Lesões e traumatismos no ombro;
– Doença de Dupuytren;
– Doença de Parkinson;
– Câncer;
– Síndrome complexa de dor regional;
– Transtornos de ansiedade;
– Deprerssão;
– Imobilizações do ombro por períodos prolongados.

Evolução e Quadro Clínico

Costuma se desenvolver em 3 fases:
– Fase de “Congelamento”: Qualquer movimento do ombro causa dor e a amplitude de movimento do começa a ficar limitada;
– Fase “Congelada”: A dor pode começar a diminuir durante esse estágio, no entanto a rigidez tende a aumentar e restringir a movimentação do ombro. Movimentá-lo torna-se mais difícil.
– Fase de “Degelo”: Ocorre melhora considerável e a amplitude de movimento do ombro começa a normalizar.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, observando os sinais e sintomas do paciente, no entanto a ressonância magnética pode mostrar sinais de espessamento capsular e redução no volume de líquido sinovial.

Tratamento

O objetivo do tratamento no estágio de “congelamento” deve se concentrar no controle da dor, redução da inflamação e na educação do paciente. As opções de tratamento inicial para capsulite adesiva podem incluir anti-inflamatórios e analgésicos. Em casos graves, analgésicos opióides podem ser necessários.
fisioterapia para ombro congeladoA fisioterapia é importante para o controle da dor e a restauração da mobilidade normal do ombro. Elas incluem terapias manuais baseadas na mobilização de músculos, ligamentos e cápsula articular. Embora nem todos os pacientes possam tolerar o exercício de mobilização dentro do estágio inicial do ombro congelado, devido à dor intensa, um exercício terapêutico supervisionado deve ser realizado para diminuir a restrição da amplitude de movimento. Além disso, um programa de exercícios em casa deve ser dado aos pacientes diariamente.
Em pacientes que sofrem de dor moderada a intensa e não respondem aos analgésicos e fisioterapia, deve-se considerar a injeção intra-articular de corticosteroide, associados ou não a anestésicos.

injeção intra-articular de corticosteroideEm pacientes com casos refratários de capsulite adesiva que não melhoram após 6 meses de tratamento convencional, tratamentos mais agressivos, como hidrodilatação capsular (alongamento da cápsula articular pela pressão de injeção salina), manipulação sob anestesia (ruptura da cápsula contraída) e liberação capsular por videoartroscopia podem ser considerados.